terça-feira, 17 de maio de 2016

La Fontaine revisitado ou como a fábula "a tartarga e a lebre" deu lugar à do "Fiat 600 e o Ferrari"



Portugal 17 de Maio de 2016

Tricampeões.
Com as dificuldades esperadas, mas com a certeza que íamos lutar até ao fim impulsionados com essa poderosa química entre os adeptos e a equipa de futebol, conseguimos ganhar o tricampeonato, feito que não era alcançado desde há 39 anos. Começo por dizer que esta vitória faz fechar um ciclo na minha vida, pois na altura com 14 anos já ligava ao futebol e lembro-me que enquanto os meus amigos estavam atentos a um filme pornográfico passado no ecrã lá de casa, eu estava com o ouvido colado ao rádio para saber como estava o Benfica no Bessa, saída difícil e onde se decidia o campeonato porque, e para variar, o Benfica precisava de ganhar o jogo.
Este campeonato foi um pouco como a fábula da tartaruga e a lebre, apostando a lebre numa vitória fácil contra a lenta tartaruga, que passados quase 200 anos bem podemos reescrever mas na fórmula do poderoso Ferrari versus o discreto Fiat 600.
Começou o Ferrari a todo o gás, com uma vitória na Supertaça onde houve um lance idêntico ao de Talisca com o Nacional, mas na área do SCP aos 33mn, para além de um golo mal invalidado ao Benfica e um penalty sonegado a Gaitan, lances mais determinantes para o resultado final do que o golo mal invalidado ao SCP.
Ao cabo das primeiras 8 curvas da prova principal, o Ferrari levava considerável avanço sobre o Fiat 600 que com 3 despistes, tinha ficado bastante para trás.
E quando os seguidores do Fiat 600 já duvidavam das capacidades do condutor, dúvidas somadas a algumas avarias e outras peças em mau estado, eis que o condutor descobriu um aditivo precioso para o funcionamento do motor: Renato Sanches. Com o novo aditivo, o Fiat 600 voltou a carburar bem e a apresentar uma velocidade de ponta que surpreendeu até os mais cépticos...
Enquanto isso o Ferrari dava espectáculo e com o avanço que já tinha, até permitia que o condutor deitasse cá para fora alguma fanfarronice própria das pessoas mal formadas, esquecendo de olhar em frente para a pista e suas dificuldades. Inebriado pela fanfarronice que se estendia desde o condutor aos mecânicos das boxes, o Ferrari não percebeu a existência de umas quantas lombas e “chicanes”, e sem dar por isso tinha o Fiat 600 na sua roda.
Acreditava o Fiat 600, duvidava o Ferrari, apanhado que foi de surpresa com tão consistente recuperação, e eis que já na última volta quando passam pela chicane mais difícil, ainda com ligeira vantagem do Ferrari, essa vantagem eclipsou-se. A habilidade do condutor do Fiat 600 conseguiu por a nu as debilidades da fanfarronice do Ferrari que por não saber travar quando tinha que travar e acelerar quando tinha que acelerar, se viu ultrapassado pelo modesto Fiat 600 nessa tal chicane mais difícil.
Vibrava o público nas bancadas, vibravam os mecânicos nas boxes, vibravam os telespectadores lá em casa, com tão frenética e imprevisível corrida. O que parecia impossível afinal passava a depender apenas do modesto Fiat 600.
E assim foi até ao resto da corrida. O Ferrari bem se esforçava em acelerar, mas o Fiat 600 conseguia imprimir o mesmo ritmo, a mesma velocidade e com a habilidade do condutor, nem nas curvas mais difíceis o Ferrai conseguiu recuperar a vantagem.
Recta da meta à vista, espectadores em delírio, “tiffosi” cada vez mais nervosos, e no final quem cortou a meta em primeiro lugar contra todas as expectativas foi mesmo o Fiat 600.
                                                                  
E pronto, assim pode ser vista a história deste campeonato...:)