Portugal 16 de Março
de 2016
CC, Campeonato e
Champions, duas provas onde ainda estamos “sem saber como” segundo alguns
experts da bola. Uns mais faladores assumem-no de forma ridícula, outros menos
faladores e escondidos atrás de teclados de jornalistas, aplicam-no nos seus
textos, títulos e destaques.
Se a vitória em
casa do Zenit, sendo na Champions, teve o
triplo sabor de recuperar a mística europeia benfiquista, significar a 5ª
vitória na mesma edição da Champions e calar Villas-Boas que com um plantel
muito mais valioso, sem o empurrão da arbitragem esta época acumulou 2 derrotas
com o Benfica, o rival que cilindrou na época que esteve sentado na sua cadeira
de sonho.
Antes que alguns me
venham falar que na época passada perdemos os dois jogos com o Zénit, com outro
treinador no Benfica, lembro apenas que os atacantes de então eram Lima e
Derlei (ex-Marítimo), enquanto este ano são Jonas, Mitroglou e Jimenez. De
facto era preciso dar a Rui Vitória as mesmas condições que foram dadas ao
outro, diziam alguns inteligentes que têm acesso à comunicação social.
O Benfica tem menos
hipóteses do que os ditos “tubarões” para seguir em frente na Champions, mas já
se conseguiu o que era desejável e mais
atingível para a actual realidade competitiva internacional. Enquanto nós,
por opção da Direcção de Vieira e projecto do BES, pagamos 20 e tal milhões de
euros em juros (só em juros, fora as amortizações), os outros clubes europeus
investem em grandes jogadores dos que resolvem jogos em 2/3 oportunidades. E
assim como os juros não marcam golos vamos assistindo ao sucesso dos outros,
embora, e com alguma ponta de sorte (a
somar à competência) possamos vir a ser bem sucedidos. Lembro como fomos
eliminados pelo Barcelona em 2005 e pelo Chelsea em 2012, num caso dando muito
luta (Moretto, o proscrito, defendeu um penalty do Ronaldinho), noutro caso
sendo nitidamente prejudicados pela arbitragem em ambos os jogos.
Quanto ao
campeonato, passada a barreira Tondela, apesar de um golo sofrido nas compensações
e que era escusado, temos aí a saída mais
difícil de todas as quatro que teremos de abordar até final. É uma saída de
dificuldade elevada porque 1) o Boavista é uma equipa que joga com a virilidade
excessiva tolerada pela arbitragem, pela Direcção que não protesta e pelos comentadores
do Benfica que a não referem, 2) a virilidade excessiva e repetida, prejudica a
forma de pensar e jogar de quem tem mais argumentos técnico-tácticos levando
muitas vezes a que os nossos jogadores percam a concentração e optem por
responder na mesma moeda, prejudicando o nosso jogo, 3) perdemos dois jogadores
fundamentais, como sejam Jardel e Mitroglou, um porque ajuda a defender melhor,
outro porque ajuda a marcar golos que são a chave do sucesso em qualquer jogo,
4) uma vitória significaria muita ilusão perdida pelos nosso rivais directos,
pelo que eles irão pressionar a arbitragem (uma vez mais) via comunicação social.
Aliás o castigo aplicado
pelo CD da Liga a Vieira (23 dias) pela única vez em que criticou a arbitragem
(no jogo com o Rio Ave), comparando com os 19 dias aplicados a Bruno de
Carvalho, que sistemática e repetidamente tem criticado os critérios dos árbitros,
lançando suspeições sobre a sua idoneidade, na mesma medida em que Vieira foi
directo e falou em “roubo”, vem provar o que tenho dito e subentendido muitas vezes:
o “sistema” existe e Vieira apenas faz e
dá a entender que o Benfica é respeitado, quando na realidade não é assim.
Esta ponta final do
campeonato será pois mais do mesmo, em boa
parte devido à inacção da Direcção e à interesseira opção em manter o silêncio perante
ataques indecentes de vários quadrantes desportivos (não é só o SCP), uma
opção que faz de Vieira uma espécie de Madre Teresa de Calcutá, reforçando a
centralidade nacional da sua liderança e protegendo-o da divulgação de notícias
eventualmente desagradáveis sobre os seus antigos negócios em vários ramos de actividade,
incluindo o futebol na Alverca SAD. O “castelo de cartas” poderia ruir e isso
era mau para muita gente que gravita nos interesses económicos do futebol
dentro e fora do Benfica.
Ao Benfica restará sempre um activo inalienável: o 12º
jogador.
Os adeptos, os sócios, os fãs... É o sonho, a ilusão, o amor dos adeptos pelo
clube, que galvaniza a equipa em muitos e muitos jogos difíceis. Para além da equipa, é apenas com isso que
teremos de contar já no Bessa.