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quinta-feira, 2 de março de 2023

Processo "Saco Azul" - Coragem de Agir !



Todos aqui sabem que fui, sou e serei defensor da obra que o Luís Filipe Vieira fez no Benfica. Podem chamar-me vieirista, manso ou os nomes que quiserem. Repito à exaustão tudo aquilo que já disse ao longo dos vários anos que ando pela blogosfera a participar, seja em comentários seja em publicações: Luís Filipe Vieira apanhou o Benfica num estado caótico, moribundo e a curto prazo poder desaparecer enquanto grande clube (o Sporting, por exemplo, só é um grande clube hoje devido ao seu passado, nem em presente nem adeptos o é) e transformou o Benfica numa empresa de renome internacional, com uma das mais prestigiadas Academias do Mundo, uma das Fundações mais reconhecidas do país, um dos Museus mais bonitos da Europa e um dos Estádios mais fantásticos de se jogar. A obra feita por ele em cerca de 15 anos é notável, a transformação feita no clube é assinalável e nunca haverá da minha parte algo que coloque em causa isso. Para além disso, desportivamente trouxe o Benfica novamente para o topo do futebol nacional, no que toca a Modalidades vencemos vários troféus, inclusivamente internacionais, por fim o que provavelmente mais orgulho me dá na gestão desportiva do clube tem a ver com a abertura ao sector feminino e o investimento nessa área. Nunca me ouvirão a criticar Vieira por esta obra ou por aquilo que construiu no Benfica. Para mim quem tira o mérito a alguém que tem este trajeto no clube tem dois problemas, ou é anti-Vieira ou é injusto na avaliação que faz.

Feita declaração de interesse há dois coisas que para mim são fundamentais: defender sem excepção os interesses do Benfica e a verdade desportiva em Portugal. O que quero dizer com isto? Quero dizer que no dia em que ficar provado que Luís Filipe Vieira, ou alguém a mando dele, adulterou resultados desportivos para benefício do Benfica, o nome de Luís Filipe Vieira na História do Sport Lisboa e Benfica deveria ser erradicado. Essa é a linha vermelha que para mim nunca poder ser ultrapassada. Ser do Benfica é ser mais e melhor, nunca na nossa História poderemos aceitar que alguém utilize ou manche o nome do Benfica com a comprovada compra de resultados desportivos. Até agora, tudo o que saiu nas noticias tem sido só palha. Até ao momento não há qualquer escuta, email ou testemunha credível que afirme algo sequer parecido. Por outros lado já tivemos de tudo e nunca aconteceu nada, mas isso não me interessa um pouco. No dia em que houver uma escuta com algo parecido com o Vieira, é o dia que o apago da memória no que a mérito diz respeito.

O caso do "Saco Azul" ao que parece, dando de barato aquilo que foi noticiado, seguramente terá de ser provado e ainda está longe de o ser, não tem a ver com adulteração da verdade desportiva. Dizem que o Vieira terá desviado dinheiro do Benfica. Não entendo particularmente a ideia de que o dinheiro era colocado novamente no Benfica em numerário. Ou seja, a Benfica SAD e a Benfica Estádio pagam à empresa supostas faturas falsas, o dinheiro é levantado e devolvido a Miguel Moreira ou Luís Filipe Vieira e a noticia e o MP assumem que isso significa que entra novamente no Benfica. Não pode simplesmente significar que o Vieira e um ou outro amigo quer comer umas centenas de milhares de euros à conta do Benfica? Casos de fuga ao fisco, pagamentos por baixo da mesa ou milhares de euros a circular por amigos para ir dando de comer a tachos é algo que a mim não me choca e deduzo que haja na maioria das empresas que gerem milhares de euros. É crime? É. Devem ser responsabilizados criminalmente? Espero que sim. Mancha aquilo que é a História de Luís Filipe Vieira no Benfica? Seguramente que sim. Caso seja condenado, é algo que não sairá mais e espero que assim como aconteceu com Vale e Azevedo, Luís Filipe Vieira seja expulso do clube. Apaga tudo aquilo que Vieira fez enquanto Presidente? Para mim, este desvio de dinheiro, nesta expressão, não.

Outra questão importante, Domingos Soares de Oliveira. Não tem as mínimas condições para se manter no cargo. Já passaram 24 horas, sensivelmente, desde que o Benfica comunicou aos sócios que a SAD tinha sido constituída arguida, nesse mesmo comunicado devia ter havido a coragem de informar também a saída do Administrador. Não sei o que está a pensar Rui Costa, mas é absolutamente insustentável a presença de alguém que é arguido num suposto esquema de Saco Azul como Administrador Financeiro da SAD. Bem sabemos que existe a presunção de inocência, mas é imperativo que se perceba que a autoridade de alguém no cargo fica obviamente diminuída. Está na hora de sair. Haverá seguramente mais pessoas qualificadas para o cargo no universo Benfica e é altura de Rui Costa mostrar que a renovação que começou a fazer é para ser levada a sério.  

Seja porque a comunicação social não vai largar os casos, seja porque podem vir a surgir novas informações, é imperativo que o Benfica se mantenha firme. Se o Presidente do Benfica andar por aqui, Rui Costa, está na hora de agir. Retirar de imediato Domingos Soares de Oliveira e colocar alguém que tenha a competência necessária para manter o Benfica como uma empresa sustentável e saudável financeiramente, os dois últimos anos começam a preocupar nessa matéria. 

Nota também para a questão dos direitos televisivos, numa altura em que muito se falou do assunto por causa da reunião de Presidentes, com manchetes do Camilo Lourenço e o desastroso processo para o Benfica. A realidade é madrasta para os grandes clubes mas óbvia há muito tempo, dificilmente os clubes irão receber o mesmo que estão a receber agora. Já foi aqui explicado por mim os contornos de cada um dos contratos - (Ainda) Os Direitos Televisivos - ao contrário do que muitos dizem, o Benfica foi de longe o que mais recebeu pelos direitos televisivos, seja como for, nenhum dos grandes clubes irá receber mais. Aliás, as declarações do Presidente do Braga a dizer que a centralização só faz sentido se for para receber mais, mostra que se calhar nem o Braga está muito à vontade com os números apresentados (isto se já foram apresentados alguns números). 

Supostamente estamos a 4 épocas da entrada em vigor da lei. Todos querem antecipar, até porque equipas como Porto já há muito gastaram esse dinheiro. Até agora ainda não vi ou ouvi qualquer modelo. Gostaria de ter já visto qual o modelo que pretendem adotar. Até lá, é só uma mão cheia de intenções e mais nada. Quero ver o modelo, para perceber se faz sentido e a seguir ver os números para perceber se o Benfica irá ficar minimamente satisfeito. Uma coisa é certa, é inevitável. Não há volta a dar e, portanto, aquela ideia mirabolante de que o Benfica não deve aceitar isto ou aquilo.... não aceita como? Se vai ser obrigatório? Qual é a alternativa? Ir para Espanha? Não entendo algumas opiniões ou comentários lançados ao calha.

Mês de Março com 4 jogos até à paragem das seleções. Vencendo os 4 jogos acho que damos um passo de gigante para a concretização dos dois principais objetivos da época, no que a futebol diz respeito.   



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sexta-feira, 24 de abril de 2020

Domingos Soares de Oliveira - Entrevista à BTV



Deixo-vos aqui alguns pontos que achei interessantes.
 1 - "Estamos a fazer aquilo que entendemos ser o correto, ou seja, continuar a honrar todos os nossos compromissos. Não sabemos o que irá acontecer relativamente à época 2020/21, falta muita informação, falta perceber como é que o mercado vai funcionar, mas, para já, a única coisa que posso dizer é que estamos muito atentos, a pilotar a situação de forma permanente, regular, com o presidente totalmente envolvido neste processo"
2 - Benfica já teve de "rever" alguns "grandes investimentos" que estavam programados, "em particular no Estádio da Luz"
"Tínhamos previsto fazer mudanças muito grandes do ponto de vista de iluminação, do som, dos ‘megascreens'. Esses investimentos foram colocados em suspenso. Tínhamos outros investimentos para fazer no Seixal, que também foram postos em espera. Analisámos tudo aquilo que são gastos que temos dentro dos vários departamentos e que pudessem ser evitados"

3 - "Não posso dar nenhuma garantia relativamente ao futuro, mas aquilo que posso dizer aos benfiquistas é que só entraremos num processo mais acentuado de redução de custos se efetivamente tivermos necessidade de fazer esse processo"

4 - "Já antecipámos qual poderá ser o impacto nas nossas contas. Do ponto de vista financeiro, conseguimos determinar qual será o resultado deste exercício, em função de duas variáveis: se há ou não há jogos e, havendo, se são à porta fechada. Qualquer que seja o impacto, os nossos resultados serão naturalmente sempre positivos, e até diria, muito provavelmente, um dos melhores resultados da história da SAD do Benfica"

5 - "O impacto seria acima de 25 milhões de euros, se estivéssemos uma época inteira sem ter jogos. Não conseguimos ter outras receitas, pois as receitas de 'merchandising', de transferências, das competições europeias, sem jogos, não existem. Esse seria um cenário catastrófico e acho que ninguém o equaciona"
"Não temos capacidade para isso, como não tem ninguém. Não é um tema do Benfica, é um tema de todos os clubes nacionais e europeus"

6 - "Não vamos entrar num mercado de transferências em que os nossos atletas estejam a ser desvalorizados. Há uma situação momentânea de desvalorização dos jogadores que creio que irá acontecer neste ano de 2020, mas, a partir de 2021/22, o mercado voltará a conhecer os valores que já conheceu no passado."

7 - "Se olharmos numa perspetiva história, só no início do século, quando ainda não tínhamos o novo estádio e o Benfica Campus, é que tivemos uma dívida tão baixa. Nos últimos 18 anos, inclusivamente antes de o estádio ser inaugurado, já tínhamos dívidas superiores a este montante de 70 milhões de euros"

É tremendamente curioso que no dia depois a uma entrevista com esta clarividência continuem a aparecer em primeira página, noticias como estas:



O Record continua a sua senda auto-destrutiva.

Como todos sabem era algo que sempre defendi. Uma empresa com tamanha solidez financeira não pode pensar em cortar salários ou colocar os funcionários a receber 66% com ajuda do Estado. E mesmo o empurrar de pagamentos para o futuro não vejo de grande interesse. Aliás, se temos capacidade de pagar agora, não faz sentido adiar pagamentos para um outro ponto em que tenhamos de pagar mais. É um bocadinho como o adiamento de pagamentos à segurança social, IRC ou IVA. Que me interessa fazer isso se depois vou ter duas contas para pagar em vez de uma? Se tiver capacidade de o fazer agora, fará todo o sentido fazê-lo.

Para além disso, ontem passou a ser manchete e hoje faz capa d'O Jogo a ideia de que a UEFA recomendou que caso não terminem os campeonatos que deva prevalecer a classificação actual. Curiosamente aquilo que o Comité da UEFA diz é:

"O Comité aprovou as Directrizes sobre os princípios de elegibilidade para as competições de clubes da UEFA em 2020/21. As Directrizes reflectem o princípio de que a admissão nas competições de clubes da UEFA sempre se baseou no mérito desportivo"
"O cenário ideal, caso a pandemia o permita, é ter as competições domésticas actualmente suspensas concluídas, permitindo que os clubes se qualifiquem para as competições de clubes da UEFA por mérito desportivo no seu formato original. Caso esse resultado não seja possível, principalmente devido a problemas de calendário, seria preferível que as competições domésticas fossem reiniciadas com um formato diferente, de maneira a facilitar ainda os clubes a qualificarem-se por mérito desportivo"
A não ser que tenham noticiado apenas metade do que a UEFA diz, em nenhum lugar se fala de utilizar as classificações actuais como porta de entrada para títulos ou entradas nas competições europeias. O desespero e a manipulação de informação nunca teve tão alto. O GG falava de que nada seria como dantes e que só poderia sairmos desta situação melhores, enquanto condição humana, por experiência própria, até agora.... só temos piorado.


quinta-feira, 1 de agosto de 2019

DSO... Os 120M, emails, plantel...

DSO dá hoje uma entrevista extensa á revista Exame!

Cerca de metade da entrevista tem relação com a venda de JF... Desde ser confrontado com algumas declarações anteriores, com a comissão de JM e o destino do dinheiro.

Sobre a comissão de JM, confirma aquilo que já aqui tinha sido dito na altura... Que  era decorrente da renovação do jogador!

Abaixo deixo a entrevista com alguns destaques meus a cada página.




Introdução ao negócio de JF... E a diferença entre receber o valor da cláusula ou obrigar o jogador a pagar a cláusula... Assim como a vantagem fiscal de ser uma tradição e não ser o jogador a pagar a cláusula.


Esta parte é dedicada ao Otávio "se o atlético falir o Benfica paga" Lopes... Refere ainda quanto é a comissão de JM. Mais transparente do que aquele comunicado é impossível.


JM recebe comissão devido á renovação com JF... 108M líquidos para o Benfica. E o esclarecimento que o Benfica não se relaciona apenas com JM. O valor só entra no ano financeiro 19/20.


6 anos de lucro... com o 7o encaminhado logo no 1o dia! O que vamos fazer com o dinheiro de JF... Que não vai ser espatifado em jogadores... E recuperação do capital social da SAD... 

Estes temas continuam na página seguinte... Incluindo a redução do passivo.



Esclarecimentos sobre o naming e a importância da CL.


"Não estamos prontos para nos sentar a mesa com o porto"


Questão: o Benfica não estava preparado para uma comunicação tão forte?
DSO: o Benfica não estava preparado para uma comunicação tão baixa! 


Questão: Acha que se vai saber quem roubou?
DSO: Acho que sim.
Ehehehe... Como dizia o RP... Perguntem ao FJM.



Parcerias... Expansão... Futuro...


Leram...
O que acham?
Dúvidas?
Opiniões? A favor e contra...

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Entrevista de Domingos Soares de Oliveira






O Benfica precisa de vender jogadores ou os atletas só saem com a cláusula de rescisão?

São duas perguntas que não estão ligadas entre si. O Benfica tem hoje uma situação económica muito mais robusta do que já teve no passado, mas mesmo assim a venda de jogadores continua a fazer parte do negócio. Não significa que tenham de ser jogadores titulares, nós este ano sinalizamos aquilo que foram as vendas do Benfica ao longo do ano, não houve nenhum titular que tivesse saído e, no entanto, temos um volume de negócios com venda de jogadores ainda significativo.

Portanto, se aparecer um clube que dê 100 milhões de euros pelo João Félix, o Benfica não vende?

Se aparecer um clube que não bata a cláusula a intenção é não vender.

O que é que determina a decisão definitiva de venda ou não abaixo da cláusula de rescisão? Faz sentido, para a realidade económica e financeira em Portugal e do Benfica, haver uma oferta de 100 milhões de euros e não vender um jogador de futebol?

Sei que é difícil as pessoas entenderem isto, 100 milhões de euros é muito dinheiro. Nunca houve vendas de 100 milhões de euros de um único jogador em Portugal. Agora, o nosso objetivo principal, à data de hoje, é ganhar no relvado. Tudo o que tivermos de fazer para manter os jogadores que nos permitam ter mais condições de ganhar no relvado vamos fazê-lo. Já houve anos, há alguns anos, em que a situação económica era mais débil e, portanto, a necessidade de vender os jogadores que eram titulares era uma necessidade efetiva. Hoje, a situação é diferente. Portanto, se a cláusula de rescisão é de 120 milhões, se não aparecer ninguém a bater a cláusula de 120, que batam 100 ou 90 ou 80, o jogador fica.

Já houve algum clube a apresentar uma oferta concreta ao Benfica por João Félix?

Não chegou nenhuma oferta ao Benfica. Há conversas, há rumores, há algumas informações que até temos por via do jornal, de clubes que estão interessados. É verdade que, nas reuniões internacionais, a grande maioria dos clubes mais importantes da Europa pergunta pelo João Félix, todos têm uma expectativa relativamente ao João Félix, mas do ponto de vista objetivo, até à data, não chegou nenhuma proposta ao Benfica.

50 ou 60 milhões é já uma parte muito significativa do orçamento, por exemplo do orçamento que o Benfica está agora a executar e que termina no final do junho…

Estamos a fechar o exercício do ano, vamos fechar o exercício sem vendas de jogadores com um valor próximo de 200 milhões de euros. Sem receitas operacionais, sem qualquer transação de jogadores. E com transações de jogadores, se não houver nenhuma surpresa até ao final do ano, ou seja, se não houver nenhuma venda relevante, o valor deve ser 250 ou 280 milhões de euros. Se considerarmos que 50 milhões – este ano é cerca de 58 milhões de euros – vem das competições europeias… As competições europeias, à semelhança dos direitos televisivos, são as duas principais componentes do ponto de vista das receitas. E são one shot, ou seja, ou estou ou não estou. Não é venda de merchandising, não é venda de bilhética que é um trabalho diário. Aqui, ou se conseguiu ou não se conseguiu.

Sobre o naming do estádio, vamos ter novidades em janeiro ou fevereiro do próximo ano?

Não sei se vamos ter. Temos propostas… acredito que existem condições para fechar essas propostas durante os próximos meses, mas sou sempre cauteloso porque não queremos criar falsas expectativas.

É possível dar uma noção de valores?

Temos sempre apontado para um valor de cinco milhões de euros por ano. Estes contratos têm de ser de longa duração, a oito ou a dez anos.

Disse que começa esta época mais confortável. Quer dizer que o Benfica vai gastar mais? Recordo dois pontos, na emissão de obrigações assumiu o compromisso de aumentar os capitais próprios do Benfica e conter os gastos operacionais, isto é, não inflacionar orçamentos, nomeadamente com salários de jogadores. Como é que isso é compatível para ter uma equipa competitiva?

As receitas no mundo do desporto crescem sempre, não para todos os clubes, mas para a maioria e é o nosso caso. Este ano, temos um crescimento de receitas operacionais de 25%, e é uma época em que não fizemos nada de espetacular em termos de competições europeias porque saímos da Champions e fizemos depois até aos quartos de final na Liga Europa. Existe uma tendência neste momento no mundo do futebol que é de permanente crescimento das receitas. Na maior parte dos casos, temos receitas que estão de alguma forma contidas. Por exemplo, o contrato de direitos televisivos está fechado para os próximos anos, mas do ponto de vista de receita de bilhética, à medida que vai havendo maior escassez do ponto de vista de disponibilidade, e este ano já tivemos oito jogos em que não tínhamos mais bilhetes para vender. Naturalmente o produto mais escasso permite-nos crescer o valor, isto é válido para empresas e é valido para os particulares.

No caso das competições europeias aquilo que se nota é que de ano para ano as receitas sobem significativamente. Não é de ano para ano, mas nos ciclos 2018/2021 e agora 2021/2024. Há sempre um crescimento de receitas. Portanto, contenção de custos operacionais sim, desde que isso não ponha em causa a qualidade do plantel e desde que isso seja acompanhado de um crescimento das receitas como temos tido.

Uma futura Liga Europeia seria bem-recebida no sentido de mais facilmente poder aumentar as despesas porque as receitas serão muito maiores?

Uma futura Liga Europeia, seja ela fechada ou não — porque, no fundo falou-se durante muitos anos numa Super Liga e agora fala-se de uma competição diferente, com muitos mais jogos europeus, mas que não é uma competição fechada –, é um modelo para equipas como o Benfica e, provavelmente, para outras equipas com o estatuto do Benfica, é um modelo favorável. Naturalmente que, se em vez de seis jogos, numa fase de grupos disputamos 14, o incremento de receitas é um incremento significativo.

Um desafio que se coloca é: como é que o Benfica garante estar nesse patamar das melhores 32 equipas europeias? Até agora, do ponto de vista de ranking, estamos nesse patamar e até já estivemos melhor. Do ponto de vista de receitas também. Temos conseguido aguentar-nos dentro dos 30 maiores, mesmo com os crescimentos disparatados do valor dos direitos televisivos em Inglaterra, nós conseguimos manter-nos ali dentro dos 25/30 primeiros.

E é fulcral estar nesse espaço de referência europeu para poder manter a hegemonia do futebol português?

É fulcral estar no espaço europeu, sem dúvida. E penso que o nosso projeto tem de ser um projeto em que olhamos para os nossos concorrentes como os clubes que estão ao nível mais alto da Europa.

Mas é fulcral estar nos oitavos de final?

É fulcral estar nos oitavos de final e, a partir do momento em que se entra nos oitavos de final, qualquer coisa pode acontecer. É verdade que o último clube a vencer uma Champions, no modelo atual, que não fosse a união dos cinco grandes países, foi o FC Porto em 2004.

O Benfica acabou de fazer uma emissão de obrigações que correu muito bem. Tendo em conta o quadro que nos traça, porque é que ao mesmo tempo o Benfica teve de antecipar receitas dos direitos televisivos da NOS de 2022 e 2023?

Mais uma vez, as coisas não são coincidentes. Ou seja, primeiro fizemos essa cedência de créditos da NOS para reembolsar os 50 milhões que tinham origem num anterior empréstimo obrigacionista. Portanto, ao contrário de outras operações, em que o reembolso só era feito depois da emissão, neste caso fizemos primeiro o reembolso e depois lançamos a nova emissão, portanto, reembolsamos esses 50 milhões.

De alguma forma estenderam o pagamento dessa dívida aos obrigacionistas, a quem investiu. Está a valer a pena, mesmo com taxas baixas, mas, ainda assim, mais altas do que as da banca, trocar a dívida bancária por este tipo de dívida de obrigações?

Nós praticamente já não temos dívida bancária. A nossa dívida bancária é de cerca de 13/14 milhões de euros, não ultrapassa isso. O maior problema que existe em termos de dívida bancária em Portugal é que os bancos não financiam as sociedades anónimas desportivas, dizem, por regras…

Não é por vontade dos clubes…

Não. Nós gostaríamos muito de poder continuar a trabalhar com a banca, mas desde 2014 as regras têm sido mais apertadas e, do nosso lado, fizemos o reembolso de toda a dívida que tínhamos à banca, que não era só uma dívida do produto típico de empréstimo, mas também de papel comercial. Portanto, havia uma série de instrumentos financeiros que tinham taxas mais altas do que as habituais. Fizemos esse reembolso todo, com financiamento de 3,75% que eu acredito que se possa manter para os próximos. Estamos numa situação já bastante confortável.

Nos últimos anos, sucederam-se vários casos que envolveram o Benfica, nomeadamente e-toupeira e suspeitas sobre jogadores. A vitória deste ano é justa?

Não tenho dúvidas nenhumas. É uma vitória justíssima e os números falam por si. Tivemos um início de campeonato difícil, em que por culpa própria tivemos resultados menos positivos. E depois, a partir da entrada do Bruno Lage, fizemos um campeonato absolutamente irrepreensível. Acho que ninguém põe em causa isso.

Há quem ponha isso em causa, por exemplo num conjunto de resultados que foram consequência direta de erros de arbitragens.

Sempre ouvi dizer que o campeonato é uma prova de resistência e acho que é verdade. Um campeonato não se decide pelo jogo A ou B, pode haver um erro no jogo A a nosso favor e outro erro no jogo B a favor do nosso adversário. O que é verdade é que nas lutas diretamente com os nossos principais rivais, ganhámos essas lutas praticamente todas.

No ponto de vista de eficácia e ataque, demonstrámos que voltamos quase aos anos 60/70. Portanto, sinceramente, uma pessoa honesta não põe em causa o resultado deste campeonato, porque — eu sei que é desagradável para os nossos adversários –, mas ver a performance que tivemos e ver que conseguimos ultrapassar uma barreira que parecia inultrapassável — sei que é difícil e compreendo isso, já estive do outro lado –, mas é um campeonato irrepreensível.

A Benfica TV vai continuar a transmitir os jogos do Benfica no próximo ano?

Essa decisão não é só do Benfica, mas, acima de tudo, de quem nos comprou os direitos televisivos. E quem nos comprou — foi a NOS — partilha esse conteúdo e custos com restantes operadores de telecomunicações. Os operadores estão satisfeitos com o modelo que têm atualmente, do ponto de vista prático, quem assinar a TV contribui para o esforço que os operadores de telecomunicações fazem e, portanto, da parte dos operadores e daquilo que nos foi transmitido recentemente, existe todo o interesse em manter o modelo atual. Da nossa parte, obviamente, completamente disponíveis para manter o modelo atual, estamos satisfeitos com ele e é para continuar.




Acho muito importante todos estarem a par daquilo que o principal administrador da Benfica SAD na área financeira tem a dizer. 

Para mim duas coisas a salientar: cai por terra a ideia de que os jogadores só sairão pela cláusula de rescisão. Quem souber ler aquilo que DSO diz perceberá porque digo isto. Outra coisa que me salta à vista é os 5 milhões de euros pelo naming do Estádio, caindo por terra toda a demagogia barata de jornais a dizer que o patamar era os 10M€ / ano.

Muito interessante a forma como fala das receitas e da ideia de uma Liga Europeia. 

E-goi