Deixo-vos aqui alguns pontos que achei interessantes.
1 - "Estamos a fazer aquilo que entendemos ser o correto, ou seja, continuar a honrar todos os nossos compromissos. Não sabemos o que irá acontecer relativamente à época 2020/21, falta muita informação, falta perceber como é que o mercado vai funcionar, mas, para já, a única coisa que posso dizer é que estamos muito atentos, a pilotar a situação de forma permanente, regular, com o presidente totalmente envolvido neste processo"
2 - Benfica já teve de "rever" alguns "grandes investimentos" que estavam programados, "em particular no Estádio da Luz"
"Tínhamos previsto fazer mudanças muito grandes do ponto de vista de iluminação, do som, dos ‘megascreens'. Esses investimentos foram colocados em suspenso. Tínhamos outros investimentos para fazer no Seixal, que também foram postos em espera. Analisámos tudo aquilo que são gastos que temos dentro dos vários departamentos e que pudessem ser evitados"
3 - "Não posso dar nenhuma garantia relativamente ao futuro, mas aquilo que posso dizer aos benfiquistas é que só entraremos num processo mais acentuado de redução de custos se efetivamente tivermos necessidade de fazer esse processo"
4 - "Já antecipámos qual poderá ser o impacto nas nossas contas. Do ponto de vista financeiro, conseguimos determinar qual será o resultado deste exercício, em função de duas variáveis: se há ou não há jogos e, havendo, se são à porta fechada. Qualquer que seja o impacto, os nossos resultados serão naturalmente sempre positivos, e até diria, muito provavelmente, um dos melhores resultados da história da SAD do Benfica"
5 - "O impacto seria acima de 25 milhões de euros, se estivéssemos uma época inteira sem ter jogos. Não conseguimos ter outras receitas, pois as receitas de 'merchandising', de transferências, das competições europeias, sem jogos, não existem. Esse seria um cenário catastrófico e acho que ninguém o equaciona"
"Não temos capacidade para isso, como não tem ninguém. Não é um tema do Benfica, é um tema de todos os clubes nacionais e europeus"
6 - "Não vamos entrar num mercado de transferências em que os nossos atletas estejam a ser desvalorizados. Há uma situação momentânea de desvalorização dos jogadores que creio que irá acontecer neste ano de 2020, mas, a partir de 2021/22, o mercado voltará a conhecer os valores que já conheceu no passado."
7 - "Se olharmos numa perspetiva história, só no início do século, quando ainda não tínhamos o novo estádio e o Benfica Campus, é que tivemos uma dívida tão baixa. Nos últimos 18 anos, inclusivamente antes de o estádio ser inaugurado, já tínhamos dívidas superiores a este montante de 70 milhões de euros"
É tremendamente curioso que no dia depois a uma entrevista com esta clarividência continuem a aparecer em primeira página, noticias como estas:
O Record continua a sua senda auto-destrutiva.
Como todos sabem era algo que sempre defendi. Uma empresa com tamanha solidez financeira não pode pensar em cortar salários ou colocar os funcionários a receber 66% com ajuda do Estado. E mesmo o empurrar de pagamentos para o futuro não vejo de grande interesse. Aliás, se temos capacidade de pagar agora, não faz sentido adiar pagamentos para um outro ponto em que tenhamos de pagar mais. É um bocadinho como o adiamento de pagamentos à segurança social, IRC ou IVA. Que me interessa fazer isso se depois vou ter duas contas para pagar em vez de uma? Se tiver capacidade de o fazer agora, fará todo o sentido fazê-lo.
Para além disso, ontem passou a ser manchete e hoje faz capa d'O Jogo a ideia de que a UEFA recomendou que caso não terminem os campeonatos que deva prevalecer a classificação actual. Curiosamente aquilo que o Comité da UEFA diz é:
"O Comité aprovou as Directrizes sobre os princípios de elegibilidade para as competições de clubes da UEFA em 2020/21. As Directrizes reflectem o princípio de que a admissão nas competições de clubes da UEFA sempre se baseou no mérito desportivo"
"O cenário ideal, caso a pandemia o permita, é ter as competições domésticas actualmente suspensas concluídas, permitindo que os clubes se qualifiquem para as competições de clubes da UEFA por mérito desportivo no seu formato original. Caso esse resultado não seja possível, principalmente devido a problemas de calendário, seria preferível que as competições domésticas fossem reiniciadas com um formato diferente, de maneira a facilitar ainda os clubes a qualificarem-se por mérito desportivo"
A não ser que tenham noticiado apenas metade do que a UEFA diz, em nenhum lugar se fala de utilizar as classificações actuais como porta de entrada para títulos ou entradas nas competições europeias. O desespero e a manipulação de informação nunca teve tão alto. O GG falava de que nada seria como dantes e que só poderia sairmos desta situação melhores, enquanto condição humana, por experiência própria, até agora.... só temos piorado.
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