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terça-feira, 25 de agosto de 2020

A vergonhosa final da UEFA Youth League



À terceira não foi de vez. Lamentavelmente não conseguimos levantar o caneco. O jogo começou mal com uma primeira parte pobre a terminar 0-2 para os espanhóis, com o Real a fazer 1 remate à baliza  e o Benfica nem isso. Foram 45 minutos com o Benfica a sentir uma falta tremenda do Paulo Bernardo.
No segundo tempo tudo mudou, Rafael Brito e Ronaldo Camará mudam o jogo e nem mesmo a lesão do Embaló muda o domínio absoluto do Benfica. Perdemos 2-3 num jogo em que o Real rematou 2 vezes à baliza do Benfica.

Isto foi a síntese de um jogo que traz a nu algo que é verdadeiramente vergonhoso no futebol mundial. Bem sei que a UEFA pouco retirará do que se passou em Colovray, de facto tem sido recorrente em muitos jogos dos vários campeonatos nacionais, mas não estaria na altura de se fazer algo? Hoje em dia o futebol possui recursos tremendos ao dispor dos árbitros e das organizações das competições para duma vez por todos o futebol mudar. Falo do antijogo. Na verdade pensei que o Benfica fosse jogar com um Real Madrid mas afinal jogou com um Leganés qualquer desta vida. Certamente virão os exigentes dizer que o Benfica tinha obrigação de ganhar, que as finais são para se vencer, que a maldição isto, que a direcção aquilo. A verdade é que foi um jogo verdadeiramente nojento. O que o Real Madrid fez em praticamente 70 minutos de jogo foi absolutamente vergonhoso. Se é isto que os grandes como Raúl e o seu Real Madrid ensinam nas camadas jovens o futebol vai numa direcção lamentável. Desde que o Real Madrid marcou, no primeiro e único remate que fez à baliza do Benfica na primeira parte, que se limitou a perder tempo. Não havia um lançamento lateral que não fosse passado de mão para mão, não havia uma falta que não se perdesse 10 segundos a marcar, não havia um pontapé de baliza que não tivesse paradinha. Pior, não havia um jogador do Real Madrid que entrando em contacto com um jogador do Benfica não necessitasse de parar o jogo por se encontrar lesionado. Foram dezenas as paragens de jogo para verificar que afinal o jogador estava bem, sem necessidade de assistência. Tivemos o cúmulo na segunda parte de uma dupla substituição ter sido feita individualmente porque os jogadores a sair caíram para ser assistidos intercaladamente. A partir dos 60 minutos e após o 2-3 o jogo foi um absurdo. A quantidade de jogadores a ter câimbras no Real era ridícula. As simulações de agressões eram constantes, a picardia exacerbada para cavar faltas, contactos ou momentos de paragem foi algo que nem num Benfica - Tondela. 

Este jogo foi o contrário daquilo que devia ser a final duma competição europeia. Foi o oposto daquilo que é um jogo de futebol. Foi miserável.

Mas se acham que isso é o pior, não é. A arbitragem foi deplurável. Com todo este antijogo o árbitro não deu um único amarelo por perda de tempo. O segundo golo do Real a fechar a primeira parte é feito com um fora de jogo que até um cego (neste caso, cega) devia ser capaz de ver e no segundo tempo há pelo menos um pénalti do tamanho do Estádio da Luz sobre o Henrique Araújo que não é marcado.

O futebol não é justo e nem sempre ganham os "bons", mas ver o Tiago Dantas falhar um pénalti e ver o Henrique Araújo falhar aquele golo feito aos 93 minutos atirando com estrondo à barra é colocar um ponto de exclamação na injustiça que estes jovens sofreram depois de tudo fazer para sair de lá com o caneco. Se o Benfica e estes miúdos mereciam vencer esta partida, o Real merecia perdê-la duma forma categórica e sem misericórdia. A justiça, o karma, os deuses do futebol não estiveram com estes jovens.

Mas há ainda algo que consegue ser ainda pior que o jogo vergonhoso do Real Madrid, dos seus treinadores e jogadores, ou da forma tendenciosa com que o árbitro apitou este encontro: a sociedade portuguesa, tendo o seu expoente máximo no Futebol Clube do Porto e seus comparsas da comunicação social.


Após a derrota do Benfica, o FC Porto veio vangloriar-se da derrota do Benfica em plena página oficial do clube. Se isto já é mau, pior é o destaque e a conotação que a comunicação social dá desta prova de pequenez que o clube de bairro lá do Norte faz, o Record fala em ironia, A Bola fala em provocação e O Jogo fala em bicada. Os jornalistas são todos muito céleres em criticar os clubes pelo clima de crispação que se vive no desporto em Portugal, mas onde está a condenação quando há este tipo de "ironia" ou "provocação"? Se é natural que muitos sócios e adeptos celebrem com as derrotas dos clubes rivais, haver clubes a celebrarem em plena página oficial a derrota de um clube português numa final europeia, sendo essa final de Juniores... é absolutamente inacreditável. E mais inacreditável é a reacção dos meios de comunicação social e dos jornalistas.

Por falar em comunicação social e clube da corrupção do Porto. Tanto se fala e se ironiza com a novela do Cavani vir para o Benfica, inclusivamente muitos benfiquistas, para quando os cartazes na estação de comboios do Porto com os cartazes a dizer Taremi e Toni Martinez? É que ao que parece, só tem graça "gozar" com o Benfica e um possível reforço de nome internacional e a valer dezenas de milhões de euros, já o Porto não conseguir contratar um Taremi desta vida é sinal de inteligência negocial. Está certo.


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E-goi