Portugal 3 de Junho
de 2016
Depois de conquistado
o tricampeonato, a máquina da propaganda que promove Vieira e a sua Direcção
não perdeu oportunidade para dar voz a muita gente que lá do alto das suas convicções, elaboram autênticos tratados científicos
absolutamente infalíveis, que premeiam a “estrutura” de futebol do Benfica,
o treinador, os jogadores, etc.
Quanto ao treinador
e jogadores, mérito inegável, nada a
dizer como é óbvio. Apenas acrescentaria o 12º jogador, a mística benfiquistas,
os que faça chuva ou faça sol estão lá sempre a incentivar.
Vamos então ver, de
forma despretensiosa, como foi “planeado” o tricampeonato.
Dizem os princípios
do futebol amplamente respeitados em todo o mundo, que em equipa que ganha não se mexe, mas a “estrutura” decidiu mexer e
forte, após ter conquistado o primeiro bicampeonato em quase 30 anos.
Aquele que foi considerado o artífice do bi, o treinador Jorge Jesus, em vez de
ter uma proposta para continuar, recebeu uma proposta para ir treinar em França,
com uma passagem pelo Qatar (a seu tempo irei recuperar o que a comunicação social
escreveu sobre o assunto na altura, e que a maior parte dos adeptos já esqueceu).
O processo de
desgaste de JJ começou em Janeiro de 2015 quando
o CM deu conta que o Benfica tinha Rui Vitória como alternativa caso falhassem
as negociações de renovação com Jesus. Mas quais negociações, se não as
havia? O interesse desta notícia está no facto que pretendia ser um aviso para muita gente ligada ao assunto “treinador
do Benfica” deixando claro que a Direcção, que não desmentiu a notícia, não
estava inclinada a facilitar na renovação.
Mais do que o
treinador, outra referência com 8 anos de casa e uma entrega ao jogo
reconhecida por todos, Maxi Pereira, foi enxotado borda fora, com a máquina da propaganda a falar de um salário
elevado e incomportável para o teto salarial em vigor, mas depois em
compensação, foram contratar o Taarabt pagando 2,6 milhões por prémio de assinatura
(1 milhão para o seu empresário o Kia Jarobian, o mesmo do Ramires) e um
salário bruto de 2,3 milhões por época. Toda a gente que acompanha o futebol
inglês na BTV sabia que Taarabt não era jogador para o Benfica, pelos problemas
de peso que já tinha no QPR e por falta de atitude competitiva que o levou a
ser encostado pelo treinador da altura.
A dita “estrutura”
optou então por um jogador que, na hipótese de ter assinado por 4 anos
(confesso que não sei por quantos anos assinou), custa anualmente ao Benfica (incluindo a parte da assinatura) 2,95
milhões de euros! Pouparam no ordenado do Maxi que pedia pouco mais do que
esses 2,95 milhões que custa Taarabt, e promoveram um jovem da Formação, que
também tem salário, e que não poderia dar as mesmas garantias desportivas das que
Maxi Pereira dava, embora pudesse ser seu suplente: Nélson Semedo.
Resultado: Maxi Pereira é um dos 3 jogadores do FCP na
equipa ideal do campeonato português, pelos critérios da UEFA hoje
publicados, e lendo as diversas notícias sobre as contas do Benfica referentes
ao 3º trimestre constata-se que afinal,
apesar do famoso teto salarial, as despesas com pessoal aumentaram!
É pouco dizer que as opções da “estrutura” são estranhas,
considerando que fazem quase tudo ao contrário de quem pretende ser campeão ou
diminuir às despesas.
A mudança de treinador
implicou a contratação de um novo treinador. Sem por em causa a sua
competência, na verdade Rui Vitória tinha apenas a Taça de Portugal conquistada
ao Benfica de Jesus, mas conquistada com
erros de arbitragem habituais de Jorge de Sousa, o mesmo que, coincidência, deu
a Supertaça ao SCP de Jorge Jesus, tirando-a ao Benfica de Rui Vitória!
Fora isso, a “cassete”
do “Rui Vitória aposta em jovens” traduziu-se na humilhante eliminação das competições
europeias, em 2011 ou 2012, quando precisava empatar em casa com o Marítimo e
perdeu. Perante estes dados, Rui Vitória era uma aposta para o campeonato? Óbviamente
que não...
Quanto à Formação já referi anteriormente que se
traduziu numa falácia.
Foram promovidos através da “Revista Mística” 6 jogadores, onde não se incluía o Renato Sanches, jogador que revolucionou o
futebol da equipa após 3 derrotas em 10 jogos. Fora isso, Lindeloff entrou porque se lesionou Luisão e Lisandro (antes disso
fez zero jogos), Renato entrou porque
Samaris estava com 4 cartões amarelos, Fejsa alternava lesões com lesões, idem
com Gaitan, Sálvio ainda a recuperar e Gonçalo Guedes em baixo de forma. Foi
preciso ir buscar alguém à equipa B que felizmente, para ele e para nós,
brilhou de imediato!
Mas chamar a isto “planeamento” da “estrutura” não é
desonesto?
Como diz Ricardo
Araújo Pereira, podemos atravessar a auto-estrada a correr e não ser atropelados...
agora não convém fazer outra vez porque pode dar mal... E não é isso que se tem feito nestes 15 anos de Vieira, feitos agora em
Maio?