Portugal 30 de Setembro
de 2016
Não me esqueci da
parte 2 do último texto intitulado “Rafa”didos. Infelizmente por razões
pessoais, profissionais, férias, trabalho a dobrar e como tal muito pouca
disponibilidade de tempo e muito pouca motivação, não consegui ainda concluir o
raciocínio inserido nesse assunto.
Para escrever é
preciso motivação. E confesso que a minha resiliência à máquina da mentira que
se instalou no Benfica, tem diminuído. A luta é desigual, porque os meios são
desiguais. Por outro lado não serei eu que vou mudar o “mundo” e muito menos o
Benfica. O Benfica é dos sócios e adeptos, e se estes continuam a achar bem os
relatórios de contas que acumulam no passivo as dívidas reais, mascarando com
subidas das garantias de pagamento que são os activos, sabendo que no limite, para pagar as dívidas reais do passivo bancário,
o Benfica teria de vender os activos do tipo, jogadores ou estádio e assim
deixar de jogar futebol que é a principal razão de existir do clube, enfim,
não serei eu a barrar o caminho com as minhas opiniões.
Bom, mas a
Champions deu-me a “pica” suficiente para que eu arranjasse um “tempinho” e
escrevesse sobre a primeira derrota
da época em jogos oficiais.
Levamos um forte “correctivo”
futebolístico quando o resultado chegou aos 4-0. Um correctivo que por vezes é
importante para abanar a letargia em que vamos sentindo e respirando o Benfica,
um correctivo que devia fazer pensar como
se preparam e planeiam as épocas desportivas do Benfica. Para variar isso
não será feito.
E não será feito
porque a comunicação social afecta a este “sistema” que manda no futebol, com a
inegável colaboração do grupo e meios do Sr.º Joaquim Oliveira e parceiros, este “sistema” que promove o Sr.º Vieira
como um dos deles, logo inatacável, este “sistema” já encontrou a
explicação: os erros do Júlio César e as bolas paradas.
Não surpreende. Com Roberto era igual, só que era todas as
semanas.
Culpar um jogador é truque velho, culpar o guarda-redes
é sempre o mais fácil. Contudo o mais difícil é explicar porque se concedem
cantos, porque se concedem faltas que permitem que a bola vá para cima da
baliza, porque se permite que os adversários entrem na área sem marcação, etc. Porque
no fundo teríamos de analisar o modelo táctico de jogo e os jogadores
escolhidos para o realizarem. Isso é
mais difícil e pode por em causa a Direcção, ou melhor, o Sr.º Vieira, que
compra e vende jogadores como se de matraquilhos se tratasse, contando com
a prestimosa ajuda da comunicação social para passar a ideia que “o Benfica tem
de vender todos os anos” e os “reforços contratados dão todas as garantias”. Falsidades umas atrás das outras.
É certo que Júlio
César pode ter estado mal na conclusão
das jogadas que deram no 3º e 4º golo, mas a equipa foi colectivamente responsável pelo 1º e 2º golo que
alteraram os parâmetros mentais (confiança, serenidade, etc.) dos jogadores e
parâmetros tácticos da equipa, como também foi a equipa a responsável pela
descoordenação que permitiu erros que resultaram no penalty para o 3º golo ou o
cruzamento para o 4º golo.
Pessoalmente, concordo
com o modelo táctico inicial, 4-2-3-1, por ser um modelo que permite uma certa
compacidade e reactividade à equipa, mas também por ter sido o modelo mais
usado por de Mourinho no Real Madrid.
Mas critico os
jogadores escolhidos, em particular a
“troika” do meio campo, Pizzi, André Horta e Carrillo. Pizzi foi suplente
na vitória no ano passado em casa do Atlético, enquanto nessa altura Gonçalo
Guedes e Sálvio foram titulares mas ontem foram suplentes, porque – com grande
certeza - têm de deixar jogar os novos “reforços”, as “negociatas” de Vieira
para que fique claro que são mesmo “reforços” e não as negociatas que sabemos
que são. O resultado desta opção foi a “permeabilidade” sistemática nessa zona
nevrálgica do campo, porque se trata de jogadores de qualidade mediana, uns sem
físico, outros sem motivação, enfim, são contratações
para agradar a empresários amigos e quiçá receber algum através dos off-shores...
Não podemos contudo
desvalorizar o valor do Nápoles que tem um
plantel superior em qualidade ao nosso. Nós apenas lhe ganhamos na “alma” que é imensa mas não marca golos! No resto temos de
nos reduzir ao nosso lugarzinho, graças à gestão de Vieira, esse mesmo que em
2003 vaticinou: “daqui a 2 anos vamos dar
cartas por essa Europa fora”. Alguém reparou que havia eleições a seguir
onde ele foi eleito pela primeira vez? Pois
a demagogia, mentira e omissão, tem sido a imagem de marca dele, desde esse ano
até agora... Por isso nada nos pode surpreender no futebol da nossa equipa...