Portugal 23 de Março
de 2016
Optando pela ordem
cronológica, o sorteio da Champions acabou por ser aquele que eu tinha
comentado para alguns amigos, no dia anterior. O Bayern estava na minha cabeça
nos últimos dias antes do sorteio, vá lá saber-se porquê, mas de vez em quando
há "fezadas" assim.
Ao contrário da
maior parte dos analistas a mim
parece-me um bom sorteio. Porque os sorteios não se podem avaliar só pela qualidade
do adversário, os sorteios têm de considerar outros parâmetros. E neste caso, a
mim parece-me que a esgotante (psicologicamente) eliminatória com a Juventus,
onde estiveram quase a ser eliminados, poderá jogar a nosso favor. Porque o
Bayern sabe que é super favorito e como tal, não irá conseguir repetir a
exibição que fez com os italianos. O favoritismo nunca estimula os jogadores nem
o público. Ambos irão enfrentar o Benfica a pensar “quando é que entra o
primeiro golo”, sem se focarem tanto no jogo como quando tiveram de enfrentar adversários
mais poderosos. Por outro lado, o
favoritismo irá levar o Bayern a ter uma atitude mais proactiva durante o jogo,
enquanto o Benfica terá uma atitude mais reactiva. Isto pode originar um
encaixe das duas equipas de tal forma que eles terão as linhas de passe mais
fechadas, devido a defendermos mais atrás, enquanto nós poderemos beneficiar de
linhas de passe mais abertas, porque eles defenderão mais à frente. E se
fizermos um golo, eles não irão conseguir mobilizar a sua “raiva” (no bom
sentido) para nos massacrarem, pois sabem que podem voltar a sofrer outro golo.
Mas nem só de alemães
vive a Alemanha, também há por lá descendentes dos nazis que destruíram a
Europa e aniquilaram milhões de pessoas por serem judeus ou por causa da cor da
pele, opções políticas, deficiências congénitas, etc.
Vem isto a
propósito de um editorial do jornal do Sporting que equiparou o nosso “Mr.
Burns” João Gabriel, a um “nazi”. E fizeram-no alegando que ele não pára de “atacar
o SCP”, usando a “propaganda da mentira como Goebbels” fez nos anos de Hitler. Sem
clubismos temos de chegar à conclusão que o
SCP bateu no fundo da rivalidade, se é que podemos encaixar no conceito de
rivalidade o ataque à equipa do Benfica em 1908 (levando-nos a equipa quase
completa e obrigando o Benfica a ter de alinhar com a equipa de 2ª categoria),
ou o mais recente ataque de Sousa Cintra a mais de metade da equipa do Benfica,
na época 1993/1994 aproveitando-se de dificuldades económicas tremendas que
existiam ao tempo de Jorge de Brito.
Para além do
baixíssimo nível destes comentários leoninos, a História ensina-nos que aconteceu
o contrário. Eram os nazis que acusavam os países vizinhos de os atacarem para
justificar as suas investidas e invasões, como no caso da Polónia. Que mais
tarde se veio a provar serem acusações falsas e inseridas numa estratégia de
propaganda para convencer os seus cidadãos que a guerra era inevitável. A falarmos de posturas “nazis”, estamos
pois a falar do SCP que tem atacado o Benfica desde que começou o campeonato,
dobrando e triplicando algumas opções discutíveis do Benfica que começaram com
a farsa das sms para os telemóveis dos jogadores do SCP.
Por último um “xadrez”
complicado, como costuma ser sempre o estádio do Bessa, e tal como salientei no
texto escrito antes do jogo, com algumas
lesões e castigos, as dificuldades seriam muito maiores. Nem tudo foi mau:
ganhamos com um golo limpo em bola corrida, e não se concretizaram os
prognósticos de que o Boavista iria dar “pau” com o beneplácito do árbitro.
Vi muitos
comentários sobre a qualidade de jogo do Benfica, de adeptos e de outros, coisa
que não compreendo mas que não surpreende: os
benfiquistas estão sempre a cair na esparrela da comunicação social, e a comunicação
social sempre arranjará um defeito para empalidecer os sucessos do Benfica.
Já assim foi nos 6 anos de Jesus (eram as invenções, eram os penaltys a favor,
eram os supostos erros de arbitragem tirados de frames televisivas, eram as
derrotas no minuto 93, eram os milhões sentados no banco, etc.) portanto isto não é uma questão de treinador, mas
sim do clube que sendo grande, é ainda assim pequeno na estratégia de se
fazer respeitar, tal como tenho vindo a demonstrar.
O Benfica nunca poderia jogar bem ou como tem jogado,
pelo simples facto dos jogadores não serem os mesmos: Samaris não é
Jardel, Jimenez não é Mitroglou, Fejsa (ou Samaris) e Renato são mais fortes a
defender e a atacar do que André Almeida e Renato, Pizzi na ala não é Gaitan,
etc, etc. A questão nunca se poderia colocar em questões de qualidade de jogo
(para isso tivemos 6 anos de bom futebol e mesmo assim muitos adeptos não gostaram
do treinador), a questão era saber se ganhávamos
o jogo ou não. Ganhamos, jogada de bola corrida, minuto 93. Ponto. Afinal o
que disseram esses entendidos quando o SCP ganhou ao Belenenses de penalty “oferecido”
por Tonel aos 93 mn? Se calhar disseram
que os campeões também se fazem destes golos. E eu confesso que fiquei sem
saber se o SCP jogou bem ou mal, porque ninguém destacou os aspectos negativos
desse jogo.
A extrema
dificuldade desta vitória é um alerta para as dificuldades que ainda estão para
vir. Para ganhar o 35 é preciso ganhar
os jogos que faltam e ainda vamos ter jogos difíceis, a começar já pelo Braga,
possivelmente o adversário mais difícil de todos os 7 que vamos enfrentar até
final. Concentração total, precisa-se....